sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Construção de 720 casas populares em Caraguá começa no mês que vem


Convênio foi assinado ontem, na presença do secretário Estadual de Habitação, Silvio Torres
Está previsto para o mês de janeiro o início das obras de construção das 720 unidades habitacionais do Residencial Nova Caraguá, localizado no bairro do Travessão. A construtora responsável pela execução da obra estima ainda a entrega das casas populares no mês de março de 2014. Pelo menos esta foi a previsão dada pelo diretor da empresa MM incorporadora Cedric Veneziani durante o evento de assinatura do convênio entre a Caixa Econômica Federal, Governo do Estado e Administração Municipal.
“Nesta primeira etapa nós vamos iniciar os processos de aterro e terraplanagem. Posteriormente a isto é que iniciaremos a questão das construções em si e, muito provavelmente nesta fase já precisaremos contratar mão de obra da cidade para suprir a nossa demanda”, explicou Veneziani.
Caraguatatuba é a única cidade do Litoral Norte a receber este aporte de investimentos do Governo do Estado e, por enquanto, a única de toda a região a conquistar as primeiras unidades habitacionais populares financiadas pelo programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida.
Para a construção desta primeira etapa (720 casas) será investido um total de R$ 65 milhões entre recursos do programa federal e do programa Casa Paulista – agência de fomento que o governo paulista criou em setembro do ano passado. “Deste total de 65 milhões de reais em investimentos pelo menos R$ 50 milhões serão oriundos do Governo Federal e o restante, R$ 15 milhões vem dos investimentos do Estado de São Paulo. O grande sucesso deste projeto é justamente a parceria entre as três esferas governamentais em prol de um bem comum, dar condições de moradia para a população de baixa renda”, explicou o superintendente da Caixa Econômica Federal no Vale do Paraíba, Julio Cesar Volpi Cierra.
O evento, também contou com a presença do secretário de Estado da Habitação, Silvio Torres, que na ocasião aproveitou para também anunciar que, até o final do ano, será feita a celebração de um novo convênio, nos mesmos moldes, para a construção de mais 500 unidades no Portal da Fazendinha, no Jetuba. “Estamos empenhados em assinar mais um contrato até o final do ano e, muito provavelmente já garantir a inauguração das 47 unidades habitacionais construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU, no Jardim Tarumã”, planejou Torres.
O secretário fez questão de ressaltar que esta parceria entre os governos federal e estadual pretende promover a realização do sonho da casa própria para 100 mil famílias com renda de até R$ 1,6 mil em todo o Estado. “Para a construção destas 100 mil unidades resultantes da parceria entre a Agência Casa Paulista e o programa Minha Casa, Minha Vida da Caixa Econômica Federal serão investidos R$ 8,04 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhões do Governo de São Paulo e R$ 6,1 bilhões do Governo Federal. A estimativa é de também gerar 340 mil empregos diretos e indiretos.
Bastante emocionado com a assinatura do convênio, o prefeito de Caraguatatuba Antonio Carlos da Silva comentou a dificuldade de conseguir trazer para o município projetos e programas habitacionais para garantir a moradia da população. Na avaliação dele, esta é, até então, uma de suas maiores frustrações como administrador público. “Hoje posso dizer a todos vocês que sou uma pessoa mais feliz. Estou terminando o meu terceiro mandato e sempre me senti frustrado de não conseguir implantar na minha cidade um projeto habitacional. Confesso que hoje está sendo um dia muito gratificante e emocionante na condição de prefeito saber que dei início a este programa e, principalmente, a tentar melhorar a condição de vida de algumas famílias. Sabemos das dificuldades e dos entraves e principalmente seria utopia dizer que vamos conseguir dar moradia digna para todo mundo, mas, pelo menos sei que vou garantir o primeiro passo” ressaltou.
As unidades habitacionais do Travessão serão construídas em um terreno com total de 123 metros quadrados. As casas serão germinadas, com 43,17 metros quadrados de área construída terão piso cerâmico em todos os cômodos, azulejos nas paredes hidráulicas, medidores individualizados de água, além de área de lazer.
Moradores mais antigos e já cadastrados nos programas habitacionais do município terão prioridade
Embora nem tenha sido levantada a primeira parede destas 720 casas populares no Travessão já surgem às especulações para o cadastramento das famílias que serão beneficiadas com uma destas unidades. Segundo um levantamento da secretaria de Assistência Social, a Prefeitura já conta com um banco de dados com, pelo menos, cinco mil nomes de moradores que se cadastraram há dois anos em uma das unidades do Centro de Referência da Assistência Social – Cras.
Para conseguir participar da seleção as famílias devem passar por alguns critérios e entre eles ter renda entre 0 a 3 salários mínimos e ser morador de Caraguatatuba há pelo menos 10 anos. “A partir de uma lista que já temos vamos entrar em contato com as famílias e fazer uma nova triagem para avaliar as condições e se eles se enquadram nos critérios exigidos pela Caixa Econômica Federal somente depois de esgotada esta etapa é que vamos abrir novamente o processo de inscrições”, explicou a secretária de assistência social, Rosa de Fátima Rangel França. (J.C.)
Governo de SP tenta viabilizar construções em outras cidades da região
Questionado sobre os investimentos em moradias nas outras três cidades do Litoral Norte, o secretário de Estado de Habitação, Silvio Torres, afirmou que, pelo menos por enquanto, apenas na cidade de Ubatuba existe um avanço no que se refere à negociação de áreas públicas e particulares para a construção destas unidades seja em parceria com o Governo Federal e Estadual seja por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU.
Torres fez questão também de ressaltar a dificuldade de se encontrar áreas aptas e disponíveis para construções deste tipo no município de São Sebastião. Segundo ele, a cidade não conta com nenhum terreno disponível para executar esta operação e garantir mais casas populares. “Em São Sebastião não há terrenos, nós até já tentamos buscar a ajuda da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil para tentar achar áreas disponíveis, mas, não conseguimos. A região tem uma geografia muito complicada e não está sendo tarefa das mais fáceis. Já em Ubatuba, me parece que a situação está se desenhando de maneira mais tranquila, já existe a sinalização de investidores e possivelmente a parceria poderá sair do papel já no ano que vem”, explicou Torres.
Questionada sobre a informação dada pelo secretário da falta de áreas para a implantação de programas de habitação, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Sebastião informou que, de fato, a geografia do Município e as áreas de proteção ambiental dificultam a desapropriação de áreas planas. Porém, a Prefeitura tem feito estudos para poder verificar e dispor áreas para estes convênios, inclusive, já estão sendo construídas 400 casas na Costa Norte, onde há condições. (J.C.)

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