sexta-feira, 8 de maio de 2015

Pela web, mãe de criança com câncer mobiliza novos doadores de medula

Alef Montanini enfrenta leucemia pela segunda vez e precisa de doador.
Nesta sexta (8), Hemonúcleo de Taubaté registrou recorde de cadastros.


uma criança de 7 anos, de Jacareí (SP), contra a leucemia mobiliza voluntários no Vale do Paraíba e tem ampliado, nos últimos dias, o cadastro de doação de medula óssea no Hemonúcleo de Taubaté.  Em cinco dias de campanha pelas redes sociais, o órgão registrou aumento na procura e, nesta sexta (8), bateu recorde diário de cadastros - com 16 novas inscrições, três vezes mais que a média.
Neste ano, Alef Montanini teve a doença pela segunda vez. Segundo a mãe do menino e organizadora da campanha na internet, Paula Montanini, com três anos o filho foi diagnosticado com a doença e está em tratamento. O acompanhamento do paciente durou pouco mais de dois anos.
"Alef sempre fazia exames de controle. Na quinta ele colheu uma amostra da medula para exame, no sábado foi o aniversário de 7 anos dele e ele passou a maior parte do tempo no sofá. No domingo ele teve uma forte dor na barriga, fomos para o Pronto Atendimento, que já entrou em contato com um dos oncologistas dele, e mandou vir direto pro Gacc [Grupo de Apoio a Criança com Câncer]. Na segunda-feira confirmaram que a doença havia voltado", afirmou a mãe, que fechou um comércio da família para se dedicar ao filho.
O Gacc foi fundado há 20 anos e é especializado no atendimento de crianças com a doença. É o único hospital da região habilitado pelo Ministério da Saúde como de alta complexidade em oncologia - 80% dos pacientes atendidos são do SUS.
Desde segunda-feira (4), Alef está internado no local para fazer quimioterapia e receber o  transplante de medula, que representaria a cura da doença para o menino. Para isso, ele precisa de uma medula compatível.


O diretor clínico do hospital, Marcelo Milone, disse que o estado de saúde dele é estável, mas que Alef está na UTI para monitoramento. "Nesta fase já começa a avaliação com a família [sobre o transplante] porque quando tiver remissão da doença estará tudo pronto para ele fazer o procedimento", afirmou. Os exames da mãe estão sendo analisados para verificar a compatibilidade.

Campanha
A mãe disse que sempre teve muitos amigos que acompanharam a família desde quando a doença surgiu e que apelou para essa ferramenta para buscar ajuda, porque desta forma consegue sensibilizar um número maior de pessoas

"No momento que comentamos que ele precisaria de um transplante, algumas amigas tiveram a ideia de criar a página na rede social para ajudar a encontrar uma medula. E está dando certo", afirmou. Em cinco dias, a página registrou cerca de três mil usuários cadastrados.


O resultado na prática é que o Hemonúcleo de Taubaté, único do Vale que faz o cadastro de medula na região, sentiu os efeitos da campanha, segundo a assistente social Sônia Andrade. "Desde segunda, quando começou a campanha do Alef,  foram 10 cadastros por dia e nesta sexta foram 16, nosso recorde de cadastro em um único dia. O mais importante é que a campanha traz doadores motivados e a ação conforta a família da criança", disse. 

No cadastro é coletado sangue e o resultado vai para um banco de dados nacional, onde fica disponível até localizar um paciente compatível.
Doação
Thayná Montanini, prima do Alef, foi uma das primeiras que se sensibilizaram e fez o cadastro. Ela quer que o primo se recupere. "Ele é uma criança doce, amigável que todos adoram. Ele é apaixonado por tecnologia, carros e games", contou a estudante de direito. 

Matheus Dias se cadastrou no cadastro de doação de medula óssea em Taubaté. (Foto: Arquivo Pessoal / Matheus Dias)
Matheus Dias se cadastrou no cadastro de doação 
de medula óssea em Taubaté.
(Foto: Arquivo Pessoal / Matheus Dias)
Matheus Dias, de Jacareí, encontrou na campanha a oportunidade de ajudar o Alef ou outra pessoa que tenha compatibilidade.
"Saber que posso salvar a vida de alguém não tem preço. Hoje foi a família do Alef que está passando por essa dor de espera por alguém compatível, mas não sabemos o dia de amanhã. Quero muito que o meu seja compatível com a do Alef, mais caso não seja, ficarei feliz em pode ajudar outra pessoa", afirmou o militar.
Jorge Junior doa sangue há cerca de dez anos e afirma que sempre gostou de ajudar o próximo. "Quando fiquei sabendo que o Alef iria precisar de um doador, eu tive que deixar o medo de lado e fui fazer o meu cadastro. Na verdade, as pessoas não são bem informadas como funciona todo esse processo. A maioria não sabe que esse cadastro é bem simples e indolor. A sensação de que, através da sua vida, você pode salvar outra, é maravilhosa", disse o analista de suporte.
08/05/2015 17h51 - Atualizado em 08/05/2015 19h23
FONTE.Do G1 Vale do Paraíba e Região (*)

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