quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Aedes aegypti representa risco em 8 cidades do Vale do Paraíba

Índice de infestação foi divulgado pelo Ministério da Saúde.
Após epidemia, Taubaté apresenta índice satisfatório.

Nicole MelhadoDo G1 Vale do Paraíba e Região

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (4) o índice que mede a infestação pelo mosquito transmissor da dengue e da chikungunya. No Vale do Paraíba e região, oito cidades estão da lista que aponta situação de alerta: Jacareí, Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, Cruzeiro, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.
Índices nas cidades em alerta
Caraguatatuba 1,0
Cruzeiro 1,0
São Sebastião 1,1
Aparecida 1,5
Guaratinguetá 1,6
Jacareí 1,7
Ilhabella 2,2
Lorena 2,4
Destas cidades da região, Ilhabela e Lorena apresentam os índices mais elevados – 2,2 e 2,4 respectivamente. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. As cidades com níveis considerados satisfatórios são aqueles que apresentam abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypt.
A Secretaria da Saúde de Ilhabela informou em nota que até outubro deste ano a cidade registrou 3.671 casos positivos de dengue, sendo a maioria durante a última temporada de verão.
Ainda segundo a prefeitura, o trabalho das equipes de controle é intenso também nos finais de semana com arrastões, remoção de focos e nebulização em todos os bairros. Alguns moradores já foram notificados e multados.
Em Lorena, a Vigilância Epidemiológica informou que as larvas do mosquito foram encontradas em todos os bairros, assim as ações de combatem serão intensificadas pelos 46 agentes, todos os dias da semana. “Estamos fazendo limpezas em terrenos e casas, e pedimos que os moradores entreguem qualquer recipiente que possa acumular água e virar um criadouro do mosquito”, disse o coordenador da Vigilância Epidemiológica em Lorena, Edmilson Vasconcelos.
Agente da prefeitura faz vistoria em imóvel durante o mapeamento em Taubaté. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Agente da prefeitura faz vistoria em imóvel contra
dengue. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Segundo a prefeitura, em 2013 foram recebidas 540 notificações, desses 173 casos de dengue foram confirmados. Já este ano, foram 229 notificações, com 57 casos confirmados. “Desses casos, 53 são autóctomos, isso significa que essas pessoas contraíram a dengue no município. Nos outros quatro casos, os pacientes adquiriram a doença em outras cidades”, explicou o coordenador.
Em comparação, durante todo o ano de 2013, foram 142 casos confirmados de dengue em Guaratinguetá. Desde janeiro de 2014, são 80 casos confirmado, mesmo assim a cidade ainda está em estado de alerta, com índice de contaminação menos que o de Lorena, mas com mais casos confirmados.

O Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) foi realizado em outubro deste ano em 1.463 cidades brasileiras e revela que 117 municípios estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias, outros 533 em alerta, e 813 cidades com índice satisfatório. 

A pesquisa identifica ainda os bairros de cada cidade onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor das doenças.


Em 2014, Taubaté registrou mais de 9 mil casos confirmados de dengue, índice considerado pelo Ministério da Saúde como epidêmico. Segundo a Secretaria de Saúde, desde julho, 135 novos casos de dengue foram registrados.


Info Chikungunya V1 (Foto: Editoria de Arte/G1)Info Chikungunya V1 (Foto: Editoria de Arte/G1)
De acordo com a prefeitura, as ações de combate aos focos foram intensificadas nos bairros que tiveram o índice de infestações mais elevado como no Centro, Jardim das Nações, Independência e Parque Urupês. Assim, a cidade conseguiu alcançar um índice satisfatório de infestação do mosquito segundo a medição .
"Um link foi criado no site oficial da prefeitura para quem quiser fazer uma denuncia de possível foco do mosquito ou para que estiver com suspeita da doença e quer fazer a notificação", disse em nota a administração municipal.

Nova preocupação
Com a chegada do período chuvoso, cresce a preocupação da Vigilância Epidemiológica também com outra doença causada pelo Aedes aegypti.


“Com a chuva a tendência é aumentar o número de casos suspeitos de dengue. E agora há a preocupação também com a chikungunya, doença que é transmitida pelo mesmo mosquito. A chikungunya não é tão letal quando a dengue, mas a recuperação do paciente é mais lenta”, afirmou Edmilson Vasconcelos.

O vírus da chikungunya é transmitido pela picada de mosquitos fêmea infectados. São eles o Aedes aegypti, de presença essencialmente urbana, em áreas tropicais e, no Brasil, associado à transmissão da dengue; e o Aedes albopictus, presente majoritariamente em áreas rurais, também existente no Brasil e que pode ser encontrado em áreas urbanas em menor densidade.

O mosquito adquire o vírus ao picar uma pessoa infectada, durante o período de viremia, ou seja, um dia antes do aparecimento da febre até o quinto dia de doença, quando a pessoa ainda tem o vírus na corrente sanguínea.
Após um período de incubação médio de dez dias, o mosquito torna-se capaz de transmitir o vírus a um humano. O vírus não é transmitido entre seres humanos. Após a picada de um mosquito infectado, os sintomas da doença tipicamente aparecem após um período de incubação intrínseco médio de três a sete dias. A maioria dos indivíduos apresenta doença sintomática após um período de incubação de dez dias. Porém, nem todos os indivíduos infectados com o vírus desenvolvem sintomas.
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para prevení-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.
05/11/2014 16h52- Atualizado em 05/11/2014 16h52
FONTE.Do G1 Vale do Paraíba e Região

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