Prefeito de Caraguatatuba nega relação entre
iniciativa e ranking da violência em SP
RICARDO HIAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CARAGUATATUBA (SP)
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CARAGUATATUBA (SP)
Considerado o município mais violento do Estado
de SP nos últimos três anos, Caraguatatuba vai implantar uma guarda municipal
armada para atuar já neste ano.
O edital para contratação dos agentes de
segurança deve ser lançado em até 15 dias, de acordo com a administração
municipal da cidade do litoral norte.
Segundo o prefeito Antonio Carlos da Silva
(PSDB), o objetivo é realizar o concurso público e treinar os guardas para que
até dezembro, quando começa a temporada de verão, o efetivo tenha condições de
agir.
Em seu quarto mandato, o prefeito diz que só
agora sentiu necessidade de um reforço policial na cidade e nega que a ação
esteja ligada aos resultados do último índice de violência, que colocou
Caraguatatuba no topo do ranking das mais violentas do Estado pela terceira vez
consecutiva.
De acordo com dados da Secretaria de Segurança
Pública, a cidade registrou no ano passado 31 homicídios. No cálculo de mortes
violentas por 100 mil habitantes, Caraguatatuba tem índice de 28,3, quase o
triplo da média de todo o Estado, de 10,5.
Apesar de ter decidido criar a guarda armada, o
prefeito contesta a pesquisa e diz que ela não leva em consideração a população
flutuante da cidade, que chega a triplicar na alta temporada.
"Esses dados estão errados. Eu nunca pensei antes
em implantar guarda, porque sempre confiei no trabalho da Polícia Militar. Mas
acho que a cidade está crescendo e agora é preciso ter um reforço policial",
disse.
Desde o início, a Guarda Municipal de
Caraguatatuba será armada e deverá contar com um efetivo inicial de 80
profissionais -20% deles do sexo feminino.
Os critérios do edital ainda estão sendo
definidos, mas, segundo o prefeito, é possível que seja exigido nível superior e
que as inscrições só possam ser feitas pessoalmente, para priorizar o acesso de
pessoas com familiaridade com o município.
Os guardas deverão portar pistolas 380 e ter
também carabina calibre 12 para situações mais graves.
No litoral norte, São Sebastião e Ubatuba são
outras cidades que têm Guarda Civil municipal armada.
FONTE: Folha de São Paulo
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