Lixo coletado no litoral viaja até 160 km e custa R$ 50 milhões às cidades.
Na temporada de verão, coleta chega a cerca de 677 toneladas por dia.
Lixo coletado no litoral norte é levado para aterro
em Tremembé. (Foto: Reprodução/ TV Vanguarda)
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) negou neste mês o pedido de uma empresa que pretendia instalar um aterro sanitário em Caraguatatuba - o único que iria funcionar no litoral norte do estado desde que o estado fechou em 2008 o último local utilizado na região para despejar lixo. Atualmente, o lixo gerado nos quatro municípios litorâneos é encaminhado diariamente para Tremembé, cidade distante 120 quilômetros de Caraguatatuba.
Segundo o órgão ambiental, a licença prévia para a instalação do empreendimento foi negada porque o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) não aprovou o local pretendido pela empresa. A Cetesb e a Revita Engenharia, responsável pelo projeto, não informaram o local em que funcionaria o aterro. A análise do pedido, que havia sido feito em novembro de 2010, durou mais de três anos e, segundo o órgão ambiental, foi arquivado no último dia 3.
"A região tem planície e é predominantemente arenosa, com pontos suscetíveis a alagamentos, e cujas encostas, quase que em sua totalidade, estão englobadas por áreas protegidas", informou a Cetesb por meio de nota.
Colapso
Sem locais credenciados para destinar o lixo, as cidades do litoral norte atualmente gastam cerca de R$ 50 milhões por ano para coletar e transportar o material recolhido até um aterro sanitário em Tremembé.
No caso de Ilhabela, cidade mais distante da região do Vale do Paraíba, o lixo é transportado por cerca de 160 km até chegar ao local de destinação final. A situação é ainda mais grave durante a temporada de verão, quando o volume de lixo coletado mais do que dobra, chegando a cerca de 677 toneladas de lixo por dia nas quatro cidades.
Somente em São Sebastião, a coleta de lixo fica entre 250 e 300 toneladas por dia na alta temporada. Caraguá coleta cerca de 224 toneladas todos os dias e Ubatuba tem média de 155 toneladas diárias. Já em Ilhabela, são coletadas cerca de 48 toneladas por dia.
Para o secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Caraguatatuba, Auracy Mansano Filho, o principal ganho do projeto seria sob o apescto econômico. "O gasto é alto para transportar o lixo que coletamos e com o aterro aqui a destinação seria a mesma que em Tremembé. Então, o ganho seria na economia, que somente aqui em Caraguá seria de R$ 4 a 7 mil por dia", afirmou.
Juntas, as cidades tem gasto de aproximadamente R$ 50 milhões por ano para coletar e tranportar o lixo - são R$ 22 milhões de São Sebastião, R$ 14 milhões de Ubatuba, R$ 9,6 milhões de Caraguá e R$ 4,7 milhões de Ilhabela.
O G1 entrou em contato com a Revita Engenharia, responsável pelo projeto, mas a empresa informou que não vai se manifestar sobre o assunto.
FONTE.; Do G1 Vale do Paraíba
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