Pista tem sete quilômetros e está sendo construída na orla das praias.
População reclama de impactos ambientais e critica local do trajeto.
Protesto aconteceu na tarde desta quarta-feira (20) e reuniu cerca de 40 pessoas (Foto: Maristela Colucci/Arquivo Pessoal)
Uma ciclovia tem sido alvo de protesto dos moradores e comerciantes de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Segundo a população, a pista para ciclistas não estaria em local adequado e sofre prejuízos quando a maré sobre. As reclamações têm ganhado força e cerca de 40 pessoas realizaram um protesto nesta quarta-feira (20). Eles também estudam entrar com uma ação na Justiça para interromper a construção.
As obras, no valor total de R$ 795 mil, foram iniciadas em 2009 com o objetivo de ligar o bairro Barra Velha (onde está localizada a balsa) ao centro histórico. O trajeto tem sete quilômetros de extensão e está sendo construído paralelo à orla da praia em uma faixa de areia. O principal ponto de reclamação dos moradores é na praia do Perequê, onde os trabalhos teriam interferido no avanço do mar.
O comerciante Antônio Caio de Carvalho tem uma lanchonete no local e diz que está sofrendo prejuízos após as obras. “Estão fazendo uma espécie de dique com pedras, o que estreita o canal e abre um redemoinho, que começou a cobrir a praia. Em vinte dias o mar avançou e está na minha porta. Sumiu toda a areia”, afirma Carvalho.
Trecho que, segundo moradores, foi destruído pelo
mar (Foto: Fernanda Carbonelli/Arquivo Pessoal)
Segundo o diretor executivo do Instituto Ilhabela Sustentável, Carlos Nunes, a prefeitura convidou moradores e órgãos ambientais para conhecer o projeto, mas não levou em consideração a opinião pública nem seguiu orientações de especialistas. “Várias pessoas, inclusive engenheiros, disseram que a ressaca ia derrubar a ciclovia e foi o que aconteceu. A primeira ressaca veio e derrubou tudo, agora estão fazendo de novo”, diz.
Nunes explica que um dos principais receios de comerciantes e moradores é que, além dos gastos públicos com a reforma da obra, as praias também percam espaço. “A ciclovia está ocupando muita faixa de areia e passa por alguns pontos de propriedade privada. Estamos pensando em entrar com um processo ambiental contra a prefeitura para barrar as obras”, afirma o diretor.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Obras e Planejamento de Ilhabela informou que “todas as obras estão autorizadas pela Cetesb, SPU (Serviço do Patrimônio da União), Deprn (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais ) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)”.
Segundo a prefeitura, “em nenhum momento trechos da ciclovia foram destruídos pela ação da maré” e houve danos apenas em um antigo quebra mar construído por proprietários de imóveis localizados na orla e que não fazia parte da obra da ciclovia.
A pasta também esclarece que foram realizadas audiências públicas para discutir o traçado da ciclovia e que o espaço na praia do Perequê teria sofrido interferências devido à mudança de correntes marítimas, o que motivou a construção de três “espigões quebra-mar”.
FONTE: Do G1 Vale do Paraíba e Região
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